Canal da Mancha, poucos tentam e uns ainda morrem |
Quem será o priomeiro cearense a concluir esse desafio? Será a Hedla Lopes, Kal Aragão ou outro atleta.
O Canal da Mancha é um dos maiores desafios (se não o maior) para
nadadores de águas abertas de todo o mundo. Este braço de mar liga o sul
da Inglaterra ao norte da França. É no Estreito de Dover, ponto mais
afunilado do canal com 33 km de distância, que ocorrem as tentativas de
travessia a nado. Grandes nomes das águas abertas já tiveram a honra de
cruzar as míticas águas do canal, como os brasileiros Abílio Couto e
Igor de Souza, por exemplo. Porém, essas águas que podem trazer glória,
também podem reservar tragédias.
Conhecido pelas águas geladas e ventos frios, atravessar o Canal da
Mancha requer bastante preparo físico e mental. É comum haverem
desistências ou mudanças de data para as tentativas devido aos fatores
climáticos. E infelizmente, mortes já foram registradas nessas águas. Em
1988, a experiente nadadora brasileira Renata Agondi faleceu após uma
falha na rota de sua travessia. Ela se cansou demais e nadou por muito
tempo na água gelada, contraindo uma forte hipotermia. E esta semana o
Canal da Mancha registrou mais uma perda para o esporte.
Trata-se da nadadora inglesa Susan Taylor, que faleceu no último
domingo tentando cruzar as gélidas águas do canal. Susan, de 34 anos,
tentava realizar o feito visando arrecadar fundos para uma instituição
beneficente de portadores de diabetes. Ela partiu da costa britânica e
quando restavam apenas 1,5 km para ela chegar na França começou a se
sentir mal e foi retirada da água pelo barco de apoio que a acompanhava.
Equipes de resgate foram chamadas para prestar os primeiros socorros e
levaram a atleta de helicóptero até um hospital, mas Susan não resistiu.
A
causa da morte ainda não foi divulgada, mas pode ter sido por
hipotermia, já que a temperatura da água no momento era de 15º C. Susan
já havia disputado outras travessias antes, mas era a primeira vez que
desbrava o Canal da Mancha. Para se proteger do frio ela usou gordura de
ganso sobre a pele e o maiô. A Channel Swimming Association, entidade
responsável pelas travessias no canal, publicou uma carta lamentando o
fato e emitindo pesar pela morte de Susan.
Susan Taylor foi mais uma vítima do canal |
Mas a tragédia não impediu que o objetivo da travessia fosse alcançado.
Após a morte da nadadora aconteceu uma grande mobilização e muitas
doações foram feitas para a conta da entidade beneficente que ela
tentava ajudar através de suas braçadas. Este foi o último legado
deixado por Susan Taylor.
Um dos trechos do canal |
Fonte: swimchannel
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