No
dia 6 de janeiro aconteceu o II Desafio do Litoral, prova realizada pelo Clube
Águas Abertas, em João Pessoa, capital da Paraíba. Na sua segunda edição, o evento
foi incrementado com a modalidade olímpica – Maratonas Aquáticas, onde o atleta
Átila Brandão, conhecido como #TubaraoParaibano, partiu para um desafio solo, e
encarou nadar 26 Km em mar aberto, conforme as regras oficiais da FINA –
Federação Internacional de Natação, saindo da foz do rio Gramame, divisa entre
João Pessoa e o município do Conde, indo até a praia de Ponta de Campina,
localizada na cidade de Cabedelo-PB.
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Foz do Rio Gramame. |
Átila
foi acompanhado pelo seu fiel escudeiro, o supista (nome dado aos praticantes
de Stand Up Paddle - SUP) Prof. Laércio Clayton, um velho conhecido da galera
do SUP Race e SUP Wave. Desde então, Átila Brandão e Laércio Clayton, são os
novos recordistas paraibanos, em maratonas aquáticas de longa distância e
remada ininterrupta a distância de Stand Up Paddle em mar aberto. Confira abaixo, como foi
essa aventura de muita praia, sol, ondulação e quilômetros de água salgada.
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Alguns atletas de Mountain Bike do Grupo Salva Bike, foram na foz do rio Gramame desejar boa sorte a dupla. |
A
dupla casca grossa iniciou a epopeia dos 26 Km partindo da foz do rio Gramame. Desde
a primeira braçada até a chegada, os atletas foram acompanhados por dois
Guarda-Vidas que estavam em uma embarcação do Grupamento de Busca e Salvamento
do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba. Por terra, o Sr. Paulo Brandão, pai
do Átila, acompanhou a dupla de carro, fazendo paradas em pontos estratégicos por todo o percurso, quando ficava observando tudo
por meio de um binóculo profissional. Assim, se algo acontecesse no mar e fosse
necessário transportar algum atleta para um hospital, este carro seria
utilizado para esse fim. Todos da equipe de apoio estavam utilizando celulares
e os devidos detalhes de segurança foram tomados para contribuir com o bom
andamento do evento. Devido ao Projeto Verão, que é uma campanha de
intensificação de ações de conscientização e de fiscalização do tráfego
aquaviário do litoral nessa época de férias, a Capitania dos Portos da Paraíba
só pôde acompanhar a dupla a partir da praia de Intermares. Todos os órgãos
competentes para a realização deste evento foram oficializados pelo Clube Águas
Abertas, através do seu Diretor Geral, o Prof. Laércio Clayton, os quais
autorizaram o evento como também o apoiaram.
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Átila Brandão, o #TubaraoParaibano, passando pela praia do Sol. |
Os
atletas passaram por locais paradisíacos. As paisagens, a beleza e exuberância
do litoral de João Pessoa e parte do litoral de Cabedelo foram se desvendando a
cada praia, a cada km percorrido, principalmente pelos olhos do Prof. Clayton,
que estava em pé, remando na sua prancha de Stand Up Paddle. Depois da Barra de
Gramame, chega a praia do Sol com suas belas falésias; em seguida, surge a
praia de Jacarapé: aqui a dupla completou 1h de prova com 4.7 km rodados, onde
foi feita a primeira parada para hidratação do maratonista aquático, Átila
bebeu ao longo do percurso um líquido com carboidrato e um repositor
hidroeletrolítico, tudo previamente planejado e preparado pela nutricionista
Paula Brandão. Ao fundo, avistava-se a Torre do Mirante do Centro de Convenções
de João Pessoa. A programação foi elaborada no
intuito de fazer paradas de hora em hora para essa hidratação e alimentação. Após
1h43min, a dupla chegou aos 8 Km de prova, mais precisamente na praia da Penha,
onde está situada a Capela de Nossa Senhora da Penha. Lá acontecem as
comemorações tradicionais da padroeira local, a Virgem da Penha. A praia da
Penha é tombada e protegida pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico
do Estado da Paraíba (Iphaep).
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Parada para hidratação, até a última gota. |
Chegando
à praia do Seixas com 2h de prova e 9.3 Km rodados, foi feita a segunda parada
para a hidratação do maratonista aquático. A designação do nome da praia provém
de uma tradicional família paraibana, os Seixas, cujo patriarca possuía junto
ao local uma propriedade rural. Esse ancestral de origem portuguesa, de
sobrenome Rodrigues Seixas, estabeleceu-se na Paraíba ainda no século XVII. É
exatamente aqui, numa ponta mais avançada da praia, onde se localiza o extremo
oriental das Américas, onde o Sol nasce primeiro na famosa Ponta do Seixas. A praia
é, contudo, pouco visitada por turistas, que a confundem com a grande falésia,
conhecida como Barreira do Cabo Branco, local onde está o Farol do Cabo Branco.
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Passando pelo barreira do Farol do Cabo Branco. |
Com
2h22min e 10.85 Km rodados de prova, a dupla passou em frente a falésia onde se
encontra o famoso Farol do Cabo Branco. O farol, que tem uma forma triangular,
única no país, é um dos mais importantes e visitados pontos turísticos da
capital paraibana. O projeto do monumento é de Pedro Abraão Dieb, professor
aposentado do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPB, que faleceu em
2007. O farol está ativo e foi inaugurado em 21 de abril de 1972. Os seus
projetistas tiveram a intenção de representar uma planta de sisal ao desenhar
o farol. O sisal representou um dos ciclos econômicos mais duradouros e
lucrativos no estado da Paraíba.
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O #TubaraoParaibano em ação. |
Aos
poucos a dupla foi deixando o litoral sul de João Pessoa, onde existem vários
trechos praticamente virgens e reinam a paz e a tranquilidade, para se
aproximarem da área urbana da cidade, onde aparece a enseada das praias do Cabo
Branco e Tambaú. Com 3h de prova e 13.57 Km rodados, Átila Brandão, o
#TubaraoParaibano, fez sua terceira parada para hidratação. Nesse momento, eles
finalizavam a praia do Cabo Branco. Com 3h25min e 15.12 Km de prova, a dupla
dirigiu-se à praia de Tambaú, e como a maré ainda estava cheia, passaram por
sobre os famosos corais de Picãozinho.
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A dupla casca grossa entrando na enseada das praias do Cabo Branco e Tambaú. |
Chegando
à praia de Manaíra, os atletas estavam com 16.69 Km rodados e 3h46min de prova.
Com 4h de prova aconteceu a quarta parada para hidratação, e nesse momento, já
tinham sido alcançados 17.64 Km de muitas braçadas e remadas. Quando a dupla
estava finalizando a praia de Manaíra, tanto Átila quanto Laércio sinalizaram certo
cansaço. Átila pela distância já nadada e o incrível ritmo de braçadas imposto
desde o início do desafio, e Clayton, por ficar em pé na prancha em isometria,
onde se trabalha muito a propriocepção na sola dos pés, a região do Core e
coluna lombar na constante luta pelo equilíbrio diante das ondulações em mar
aberto, também pelo peso da mochila, cheia de garrafas contendo líquido para a
hidratação e alimentação do Átila e por levar na cintura sua mochila camel back
de hidratação. Aliado a tudo isto, os dois enfrentavam vento e um sol
escaldante em um dia de céu de brigadeiro, típico do verão nordestino.
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Novas bancadas de corais surgiram no caminho, como essa na praia de Manaíra. |
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Tudo sendo acompanhado pela embarcação do Grupamento de Busca e Salvamento. |
Finalmente,
os dois chegaram à praia do Bessa, última praia do litoral de João Pessoa, e
com ela, encontraram as maiores ondulações até o presente momento; eles
passaram por trás da bancada de corais do Havaizinho e do Caribessa, quando
fizeram a parada para a hidratação com 5h de prova. Nesse momento, os atletas
já se encontravam próximo ao fim da praia do Bessa, ou seja, bem perto de
concluir todo o litoral da capital paraibana, no momento com 21.42 Km
alcançados. Nessa quinta parada, Átila Brandão enfrentou seu pior momento no
desafio, pois ficou mareado, ou seja, enjoado. Foi quando o Prof. Clayton pediu
para o atleta manter a calma, respirar fundo e ficar um tempo sem nadar fazendo
palmateio. Clayton usou toda a sua experiência para tranquilizar o
#TubaraoParaibano, assim como lhe proferiu algumas palavras de confiança e
garra. Percebendo um movimento diferente entre todas as paradas para a
hidratação do atleta, o bote inflável com os dois guarda-vidas do Grupamento de
Busca e Salvamento e o Jet Sky com o militar da Capitania dos Portos se
aproximaram rapidamente da dupla, e o Prof. Clayton informou o que estava
acontecendo, de modo que tudo fosse conduzido da melhor forma sob os olhares
atentos dos militares. Depois de uns goles de água e alguns minutos sem nadar,
Átila deu sinal positivo e, recuperado, voltou a nadar. Agora era vez de ser
forte no fator psicológico. Então, o atleta focou no objetivo de enfrentar o
desgaste natural do longo esforço, tempo em que estava dentro do mar, tempo de
exposição ao sol e todas as outras dificuldades encontradas nesse esporte
radical - maratonas aquáticas de longas distâncias - e seguiu firme rompendo os
limites entre João Pessoa e a cidade de Cabedelo-PB, enfrentando as ondulações
da grande enseada da praia de Intermares, a primeira praia do município
vizinho.
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Além de ter uma boa preparação física, é preciso estar forte psicologicamente. |
Com
exatos 5h59min de prova, a dupla havia rodado exatos 25 Km e estava passando
pela praia de Ponta de Campina, segunda praia de Cabedelo-PB. Quando o Prof.
Clayton sinalizou a sexta e última parada para a hidratação, Átila falou que
não queria mais tomar nada, alegando não querer correr o risco de sofrer algum
tipo de enjoo. A decisão do atleta foi apoiada pelo professor, e os dois
seguiram a jornada. Fatores como: dor, cansaço e fadiga muscular foram deixados
para trás naquele momento da prova, pois a emoção já estava tomando conta dos
atletas, tendo em vista que faltava apenas 1 Km para concluírem o desafio.
Clayton pegou seu celular, que estava com uma capa aquática, e ligou para o Sr.
Amauri, um dos diretores do programa “Verão é na Correio” (o programa é transmitido
ao vivo da praia, dentro de um estúdio montado no interior do Bar e Restaurante
Lovina Adventure), e comunicou que estavam se aproximando do local da chegada.
Rapidamente, o diretor acionou a equipe de reportagem para que se dirigissem ao
local no intuito de registrar o feito dos atletas da beira da praia e o Serginho Montenegro registrou tudo também no programa Correio Esporte.
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Missão cumprida, 26 Km e novo recorde paraibano em maratonas aquáticas. |
Átila
Brandão e Laércio Clayton concluíram os 26 Km em 6h14min, e dessa forma, passaram
a ser os novos recordistas paraibanos em maratonas aquáticas de longa distância
e remada ininterrupta a distância de Stand UpPaddle em mar aberto, respectivamente.
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Recorde paraibano registrado no relógio GPS Garmin, cedido pela nadadora Marina Palmeira. |
O
II Desafio do Litoral também contou com mais duas modalidades esportivas, o
Beach Trekking, que teve a coordenação de Cijame Soares, criador do grupo Topa
Trilha. Os participantes largaram do início da enseada da praia do Cabo Branco,
em João Pessoa, e foram além da divisa com a cidade de Cabedelo, concluindo o
trecho na praia de Intermares. A outra modalidade esportiva foi o Mountain Bike,
o pedal começou mais cedo! A turma largou do Busto de Tamandaré, local que divide as praias de Tambaú e Cabo Branco, em João Pessoa, e partiram para a foz do rio Gramame. Chegando lá, encontraram Átila Brandão e Laércio Clayton se aquecendo e concentrando. Quando os dois aventureiros entraram no mar, a turma do pedal partiu para a praia do Sol, depois para as trilhas Soares de Oliveira e Paraíso, e em seguida, pedalaram por uma trilha urbana, pela orla de João Pessoa, até a praia de Intermares, já no município de Cabedelo-PB. O pedal foi comandado pelo Carlos Augusto, o Guto, criador do grupo de passeio ciclístico Salva Bike.
“Já
estamos programando o III Desafio do Litoral. Dessa vez pretendemos fazer todo
o litoral da Paraíba, que são aproximadamente 138 Km, com 58 praias. Aqui
faremos paradas para dormir nas pousadas das praias, e no outro dia entraremos
no mar para continuarmos nossa jornada”, comentou o Prof. Clayton.
O
II Desafio do Litoral foi promovido pelo Clube Águas Abertas e contou com apoio
da Capitania dos Portos da Paraíba, Grupamento de Busca e Salvamento do Corpo
de Bombeiros Militar da Paraíba, Grupo Topa
Trilha e Grupo Salva Bike.
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